A Chegada – Final do Filme Explicado
“A Chegada” (Arrival), dirigido por Denis Villeneuve e lançado em 2016, é um filme que transcende os limites convencionais da ficção científica.
Baseado no conto “História da sua Vida” de Ted Chiang, o filme mergulha profundamente na complexidade da comunicação, do tempo e da percepção humana.
A trama se desenrola quando naves alienígenas misteriosas, conhecidas como Heptapods, chegam à Terra. A Dra. Louise Banks, interpretada brilhantemente por Amy Adams, é recrutada para liderar a tentativa de comunicação com essas criaturas.
No entanto, é o final do filme que deixa muitos espectadores intrigados.
Neste artigo, exploraremos os elementos fundamentais do enredo e desvendaremos os segredos do final de “A Chegada”.
A Chegada – Final do Filme Explicado
“A Chegada” – Sinopse do Filme
O filme “A Chegada” se desenrola em um cenário de suspense e mistério quando doze enormes naves espaciais alienígenas pousam em diferentes pontos ao redor do globo.
A Dra. Louise Banks (interpretada por Amy Adams), uma renomada linguista, é recrutada pelo Coronel Weber (Forest Whitaker) para liderar uma equipe com o objetivo de estabelecer comunicação com os misteriosos visitantes extraterrestres, chamados de Heptapods.
Ao lado do físico teórico Ian Donnelly (Jeremy Renner), Louise mergulha na desafiadora tarefa de decifrar a linguagem única dos Heptapods.
Eles são levados para uma base militar que foi estabelecida nas proximidades de uma das naves alienígenas, conhecida como a “Nave de Montana”.
A localização exata não é especificada, mas a narrativa sugere que a nave alienígena pousa em algum lugar nos Estados Unidos, mais precisamente no estado de Montana.
A base é configurada com uma infraestrutura projetada para fornecer suporte logístico, monitorar as atividades dos Heptapods e garantir a segurança da equipe de especialistas.
Ao longo do filme, a base militar serve como o principal centro de operações para as tentativas de comunicação com os visitantes alienígenas.
Louise e Ian são equipados com trajes de proteção e equipamentos científicos antes de serem levados até a nave, uma estrutura imponente e misteriosa, pairando a alguns metros do chão.
Ao entrar na nave, Louise e Ian são conduzidos a uma área onde uma barreira transparente separa os humanos dos Heptapods.
A primeira visão dos alienígenas é um momento tenso, já que os Heptapods não são revelados imediatamente e a barreira transparente impede o contato físico, mas permite a comunicação visual.
Gradualmente, os Heptapods emergem, revelando-se criaturas impressionantes, com sete membros/tentáculos e uma presença imponente.
Louise, com seu conhecimento em linguística, começa a tentar estabelecer uma forma de comunicação com os Heptapods.
Ela percebe que a linguagem dos visitantes é muito complexa e não segue as convenções linguísticas terrestres.
Os Heptapods emitem sons e exibem padrões gráficos que não são imediatamente compreensíveis.
Essa primeira interação estabelece o tom para o resto do filme, já que Louise e Ian enfrentam o desafio de decifrar a linguagem e a comunicação dos Heptapods.
A chegada das naves alienígenas desencadeia uma corrida contra o tempo para entender suas intenções e evitar um possível conflito global.
À medida que Louise e sua equipe tentam decifrar a linguagem alienígena, conhecida como “Heptapodês”, ela começa a experimentar visões e flashes do futuro.
Essas visões, aparentemente desconexas, se revelam cruciais para a compreensão da trama, culminando em um impactante desfecho que recontextualiza toda a narrativa.
Entrelaçados com a narrativa principal estão os flashbacks que exploram a vida pessoal de Louise, revelando a tragédia da perda de sua filha devido a uma doença incurável.
A tensão mundial aumenta à medida que diferentes nações adotam abordagens diversas para lidar com os visitantes alienígenas.
Algumas optam pela cooperação, enquanto outras consideram medidas hostis.
A pressão geopolítica intensifica-se, enquanto Louise e Ian continuam sua busca para compreender a verdadeira intenção dos Heptapods.
A tensão atinge o ápice, com várias nações na iminência de desencadear ações hostis contra os Heptapods devido a mal-entendidos e temores.
Todos os especialistas e colaboradores da base militar são ordenados e evacuar o local, pois a China havia ordenado ataques às naves alienígenas.
**Alerta de Spoiler: O texto seguinte contém detalhes importantes da parte final de “A Chegada”. Se você ainda não assistiu ao filme e deseja evitar spoilers, recomendo parar a leitura aqui.**
Louise Banks está determinada a impedir um confronto global.
Em uma arriscada última tentativa de comunicação, ela faz uma chamada telefônica ao comandante chinês, General Shang (Tzi Ma) e diz algo que não nos é revelado, mas que faz o general cancelar os ataques.
Vemos depois, em outra visão do futuro, Louise em traje de gala, em uma festa sendo apresentada ao General Shang, que revela por que cancelou os ataques.
A frase em mandarim, dita por Louise é: “Na guerra, não há vencedores, apenas viúvas.”.
Isso impactou profundamente o General, já que essa mesma frase lhe fora dita pela falecida esposa, em seus momentos finais.
A revelação de Louise deixa o General atônito e o convenceu da intenção pacífica dos Heptapods.
A comunicação bem-sucedida entre Louise e o general leva a uma reviravolta nos eventos globais.
As nações concordam em suspender ações militares e, em vez disso, colaboram para compartilhar informações e aprender com os Heptapods.
O filme conclui com a revelação de que os flashbacks de Louise, aparentemente relacionados à perda de sua filha, são na verdade vislumbres do futuro.
As cenas iniciais do filme, que mostravam Louise com sua filha, desde pequena, até a adolescência e sua doença, eram, na verdade, cenas do futuro.
A menina seria filha de Ian, com quem Louise se relacionaria a partir daquela experiência.
Louise escolhe conscientemente viver momentos de felicidade, apesar da tristeza que o futuro reserva.
Mesmo sabendo que ela e Ian se separarão, eventualmente, e que sua filha irá morrer, ela escolhe passar por toda a experiência da vda que terá.
As Visões de Louise
Ao longo do filme “A Chegada”, Louise Banks, experimenta visões que, inicialmente, parecem ser flashbacks relacionados à perda de sua filha.
No entanto, à medida que a trama se desenrola, torna-se evidente que essas visões estão, na verdade, ligadas à sua exposição à linguagem alienígena Heptapod.
As visões de Louise são uma manifestação da habilidade dos Heptapods de perceber o tempo de maneira não linear.
A linguagem Heptapod, complexa e circular, influencia a mente de Louise, permitindo que ela experimente eventos futuros.
No início do filme, Louise experimenta visões dolorosas da vida de sua filha, Hannah, desde o nascimento até sua prematura morte devido a uma doença incurável.
Essas visões são apresentadas como flashbacks, mas à medida que a narrativa avança, torna-se claro que são, na verdade, vislumbres do futuro.
Louise tem visões de uma conversa com o General Shang, comandante militar chinês, na qual ela lhe revela palavras que, no presente, ela não conhece.
Essa cena se desenrola no futuro, e a frase que ela compartilha é crucial para a resolução do conflito global no presente.
À medida que Louise aprofunda seu entendimento da linguagem Heptapod, suas visões se tornam mais frequentes e claras.
Ela começa a perceber o tempo de forma não linear, experimentando eventos futuros e passados como se fossem presentes.
Essa compreensão é fundamental para o desfecho da história.
As visões de Louise não apenas acrescentam uma camada emocional à narrativa, mas também desempenham um papel essencial na resolução do conflito global e na revelação da verdadeira natureza da linguagem Heptapod.
Louise percebe que as visões do futuro que ela experimentou estão intrinsecamente ligadas à sua capacidade de compreender a linguagem alienígena.
O que são os Heptapods
Os Heptapods são os seres alienígenas apresentados no filme “A Chegada”.
Eles são criaturas extraterrestres misteriosas e fascinantes, com uma aparência que desafia as convenções terrestres.
Os Heptapods recebem esse nome devido à sua anatomia distintiva.
Eles possuem sete membros ou tentáculos, daí o prefixo “hepta” que denota sete.
Esses membros não se assemelham aos apêndices dos seres terrestres, fazendo-os parecer um a espécie de lula gigante que ‘flutua’, o que adiciona uma qualidade alienígena e intrigante à sua aparência.
A história não fornece muitos detalhes sobre o ambiente natural dos Heptapods em seu planeta de origem, no entanto, dentro da nave gigante em que vieram à Terra, eles parecem ‘flutuar’, sem se submeterem ao ambiente gravitacional de nosso planete.
A característica mais notável dos Heptapods é a complexidade de sua linguagem.
Sua forma de comunicação é não linear, indo além da simples transmissão de informações de maneira sequencial.
Essa peculiaridade torna a compreensão da língua Heptapod um desafio para os personagens principais do filme.
Ao contrário de muitos clichês de invasões alienígenas em outros filmes, os Heptapods não exibem hostilidade.
Seu propósito inicial ao pousar em diferentes partes da Terra é estabelecer comunicação e compartilhar conhecimento, o que desencadeia uma série de eventos na narrativa.
Uma das características mais intrigantes dos Heptapods é a sua capacidade de perceber o tempo de uma maneira não linear.
Essa habilidade está intrinsicamente ligada à sua linguagem, que influencia a protagonista, Louise Banks, permitindo-a vislumbrar eventos futuros.
A Frase em Mandarim
No filme, Louise usa as últimas palavras da esposa do General Shang para convencê-lo a desistir dos ataques às naves alienígenas.
Intencionalmente, as falas em mandarim são ditas sem tradução, focando-se a atenção do público à reação do General Shang, tornando-a mais poderosa.
As últimas palavras da esposa do General Shang, repetidas por Louise ao telefone foram: “Na guerra, não há vencedores, apenas viúvas”.
Esse fato deixou o General atônito e o fez cancelar o lançamento dos mísseis em direção às naves alienígenas.
A frase destaca as consequências devastadoras da guerra e a importância da comunicação na resolução de conflitos.
É uma frase comovente, e a escolha do diretor em deixá-la sem tradução, criou um belo momento do filme, compartilhado entre Louise e o General.
O Poder da Linguagem
Desde o início do filme, a linguagem é estabelecida como um componente crucial para a compreensão da trama.
Louise Banks é uma linguista renomada, e sua habilidade em decifrar a linguagem Heptapod torna-se a chave para a resolução do conflito intergaláctico.
A peculiaridade da língua alienígena é que ela não segue a linearidade do tempo da mesma forma que as línguas humanas.
Os Heptapods percebem o tempo de maneira não linear, o que é refletido em sua linguagem escrita.
Esse aspecto da linguagem Heptapod não é apenas uma convenção ficcional; é um elemento fundamental para a compreensão do enredo e, especialmente, do final do filme.
A linguagem influencia a percepção do tempo, criando uma experiência não linear para quem a compreende.
Assim, a habilidade de Louise em compreender a língua Heptapod tem implicações profundas em sua própria percepção temporal.
Entendendo o Tempo Não Linear
O conceito de tempo não linear é central para o final de “A Chegada”.
À medida que Louise começa a compreender a língua Heptapod, sua percepção do tempo é alterada.
Ela começa a experimentar flashes do futuro, misturando passado, presente e futuro em sua consciência.
Esse fenômeno, conhecido como “visão heptapod”, é essencial para compreender a reviravolta no final do filme.
A narrativa aparentemente linear do filme é desafiada quando percebemos que os eventos que parecem acontecer em sequência cronológica na verdade estão interligados de maneira não linear.
Cada visão de Louise, aparentemente desconectada, é uma peça do quebra-cabeça que se encaixa no final do filme.
O Final: Revelações e Conexões
O clímax do filme ocorre quando as potências mundiais estão à beira de um conflito global devido à incompreensão da linguagem Heptapod.
No entanto, a reviravolta ocorre quando Louise percebe que as visões não são uma previsão do futuro, mas uma recordação do futuro.
O que ela está vivenciando são momentos que ainda estão por vir em sua própria linha temporal.
O final de “A Chegada” revela que Louise não apenas adquiriu a capacidade de compreender a linguagem Heptapod, mas também internalizou sua percepção não linear do tempo.
O sacrifício emocional que Louise faz ao ter uma filha, Hannah, mesmo sabendo que a menina enfrentará uma morte precoce devido a uma doença, é uma escolha consciente baseada na compreensão de que os momentos de felicidade superarão a inevitável dor futura.
A relação entre Louise e Ian também é impactada pela visão heptapod.
Louise escolhe iniciar um relacionamento com Ian, apesar de saber que eventualmente eles se separarão.
Essa escolha destaca a aceitação de Louise da não linearidade do tempo e sua disposição em abraçar as experiências, independentemente do resultado final.
Conclusão
“A Chegada” é um filme que transcende os limites do gênero de ficção científica, explorando as complexidades da linguagem, do tempo e da experiência humana.
O filme é elogiado por sua narrativa inteligente, abordando temas complexos como comunicação intercultural, a natureza do tempo e as ramificações emocionais das escolhas humanas.
A direção cuidadosa de Denis Villeneuve e as performances cativantes do elenco principal solidificam o filme como uma obra-prima do gênero de ficção científica.
A trilha sonora evocativa de Jóhann Jóhannsson complementa perfeitamente a narrativa, acentuando os momentos de tensão e contemplação.
O fime “A Chegada” foi indicado a oito categorias na premiação do Oscar de 2017, incluindo melhor filme, direção e roteiro adaptado, sendo ganhador na categoria Melhor Edição de Som, para Sylvain Bellemare.
Assista “A Chegada” no Amazon Prime Video.
Assista o trailer de “A Chegada”: